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CENTRO OESTE,14/08/2025

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    Por que o mar recua de forma impressionante antes da chegada de um tsunami?

    g1.globo.com
    Por que o mar recua de forma impressionante antes da chegada de um tsunami?


    Por que o mar recua antes do tsunami?
    Vídeos gravados na última semana mostram que, pouco tempo antes de um tsunami atingir a costa da Rússia, do Japão e do Havaí, o mar recuou de forma abrupta e significativa.
    ➡️O mesmo aconteceu em 2004, em Phuket, na Tailândia, quando banhistas ficaram impressionados com o “encolhimento” do oceano e caminharam sobre a areia, pegando peixes. Eles não imaginavam o tamanho da onda que os atingiria em seguida.
    ➡️Em Palu, na Indonésia, em 2018, pessoas correram em direção à praia para observar o fenômeno do recuo marítimo. Elas tiveram ainda menos tempo para escapar do tsunami que estava prestes a ocorrer.
    Por que pode haver uma retração do oceano antes de desastres como os citados acima?
    Em 26 de dezembro de 2004, Tilly Smith, aos 10 anos, sabia a resposta — e a informação fez com que ela salvasse vidas na praia de Maikhao, na Tailândia. Ao perceber o recuo significativo do mar, a menina lembrou-se do que aprendera na escola semanas antes e começou a gritar: “Tsunami, tsunami!”.
    Vamos aos detalhes:
    SIMULAÇÃO de timelapse mostra como o oceano pode recuar antes de um tsunami
    Reprodução/Redes sociais
    O que é um tsunami?
    Tsunami é uma onda de grande comprimento gerada principalmente por terremotos no fundo do mar (erupções vulcânicas e deslizamentos submarinos são outras causas possíveis). Com o movimento das placas tectônicas, seja abaixando ou erguendo o fundo do oceano, uma enorme massa de água é deslocada, de forma brusca.
    “O corpo d’água é violentamente deslocado para cima, fazendo elevar o nível do mar nas imediações”, afirma Lucas Penha, analista educacional de geografia da Fundação Bradesco.
    Tsunamis são terremotos que acontecem no mar
    Arte/g1
    Por que o mar recua antes do tsunami?
    Como toda onda, o tsunami tem crista (ponto mais alto) e vale/cavado (ponto mais baixo).
    🌊Imagine um surfista em um “tubo” no mar, sugere Fernanda Cantisani Zuquim, professora de geografia do Colégio Bandeirantes. “Ele fica dentro da concavidade da onda. Acima dele, está a crista. À frente, embaixo, o vale.”
    Aí é que está: para a crista se formar, a água que está à frente no mar é “puxada”. No caso do tsunami, em que a coluna d’água é movimentada desde o fundo até a superfície, isso acontece em proporções muitíssimo maiores, expondo o fundo do mar.
    É esse o fenômeno que levará a uma possível retração do oceano.
    Mas sempre que houver tsunami, poderemos ver o recuo prévio do mar? Não, afirma Marcelo Dottori, professor-doutor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
    “Só quando é a parte mais baixa da onda [vale ou cavado] que chega primeiro à costa, e não a crista, que acontece esse recuo", diz.
    Ou seja: nem todo tsunami vai emitir esse alerta prévio de “mar encolhendo”. “Não dá para dizer, por exemplo, que determinado local é mais propício a ter ondas na costa começando pelo cavado. Tudo vai depender da maneira como o tsunami se formou naquele episódio”, explica o especialista da USP.
    Entenda o que é a crista e o que é o vale de uma onda
    Arte/g1
    E todo recuo acentuado do oceano é sinal de tsunami?
    “Se for um recuo muito grande, provavelmente sim, é o caso de um tsunami”, diz Dottori.
    📢Mas, atenção: não confunda esse fenômeno com a maré baixa:
    Antes do tsunami: recuo enorme e rápido do mar, expondo áreas da costa que dificilmente ficam descobertas.
    Na maré baixa: recuo não tão significativo e muito mais lento (pode durar horas). Corresponde a uma variação regular e previsível do nível do mar, causada pela atração gravitacional da Lua e do Sol.
    Uma dica é considerar o local do fenômeno: no Brasil, por exemplo, é improvável que haja um tsunami, já que, no Atlântico Sul, as placas da América do Sul e da África são divergentes, ou seja, se afastam e praticamente não geram essas grandes ondas. Mas, se o recuo for muito grande e rápido, e ainda se manifestar em regiões como a do Pacífico (como na costa do Japão ou da Indonésia), fique atento e aja imediatamente.
    O ideal é procurar abrigo seguro, o mais distante possível da costa e em lugar alto, mesmo que a onda ainda não seja vista.
    Placas tectônicas do Atlântico Sul não costumam gerar tsunamis
    Arte/g1
    Quanto tempo passa entre o recuo do mar e a chegada da onda?
    Na oceanografia, o conceito de “período” define o tempo para uma onda ir de seu ponto mais baixo até o mais alto (ou vice-versa).
    Uma onda fraca, comum no dia a dia, tem período de 5 a 8 segundos.
    Já nos tsunamis, afirma Dottori, esses intervalos entre a crista e o vale da mesma onda são da ordem de 10 a 15 minutos.
    “A pessoa pode tentar se abrigar nesse intervalo. Ainda assim, é pouco tempo. Precisa perceber a situação e agir de imediato”, afirma.
    Observação: O tempo estimado aqui corresponde ao intervalo entre a crista e o vale da mesma onda . No entanto, tsunamis costumam ocorrer em sequência de ondas, com vários ciclos sucessivos. Por isso, outras podem atingir a costa minutos depois da primeira, e até com mais força — o que torna ainda mais urgente buscar abrigo em local alto e distante da praia logo ao primeiro sinal de perigo.
    Por que a onda fica mais alta exatamente quando chega à costa?
    No mar aberto, a profundidade típica é de cerca de 4 mil metros. O tsunami, neste ponto, está viajando a 200 m/s (720 km/h), velocidade de um avião de cruzeiro.
    Quando a onda começa a se aproximar da costa, a profundidade do mar é reduzida para aproximadamente 10 metros. “Isso leva a uma diminuição da velocidade e a um acúmulo de massa de água”, explica Dottori.
    É como se a imensa quantidade de líquido tivesse menos espaço para se acomodar. Resultado: ela ultrapassa os limites e avança sobre o litoral.




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