Encontro Trump-Putin no Alasca: veja quem é quem nas comitivas dos EUA e da Rússia

Trump e Putin se encontram no Alasca nesta sexta (15).
Donald Trump e Vladimir Putin fazem nesta sexta-feira (15) no Alasca o primeiro encontro bilateral entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia, há mais de três anos e meio.
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Trump e Putin serão acompanhados por comitivas de integrantes do mais alto nível de seus governos, e que farão parte das tratativas sobre o fim do conflito após um encontro "a sós" entre os presidentes. Os nomes americanos foram confirmados pela Casa Branca e os russos, pela agência estatal Tass.
Veja abaixo quem está nas comitivas dos EUA e da Rússia:
Comitiva dos EUA
Marco Rubio: secretário de Estado, chefe da política externa dos EUA;
Marco Rubio
REUTERS/Umit Bektas
Steve Witkoff: enviado especial de Trump para a guerra na Ucrânia. Ele se encontrou diversas vezes com Putin nos últimos meses;
O enviado dos EUA Steve Witkoff e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em encontro em 11 de abril de 2025
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS
Howard Lutnick: secretário do Comércio dos EUA e responsável pelas tarifas aplicadas no governo Trump;
Howard Lutnick, secretário de comércio do presidente dos EUA, Donald Trump, fala no Salão Oval.
REUTERS/Nathan Howard
Scott Bessent: secretário do Tesouro dos EUA, responsável pelas finanças do governo americano;
Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, participa de negociações comerciais com a China
Nathan Howard/File Photo/Reuters
John Ratcliffe: diretor da CIA, o serviço secreto dos EUA;
John Ratcliffe, diretor da CIA do governo Trump.
Divulgação/John Ratcliffe no X
Comitiva da Rússia
Yuri Ushakov: principal assessor do Vladimir Putin;
Yuri Ushakov, assessor do presidente russo, Vladimir Putin.
Alexander Nemenov/Pool via REUTERS
Sergey Lavrov: ministro das Relações Exteriores russo, chefe da política externa;
Sergey Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia.
REUTERS/Florion Goga/File Photo
Andrey Belousov: ministro da Defesa russo;
Andrey Belousov, ministro da Defesa da Rússia.
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS/File photo
Anton Siluanov: ministro das Finanças russo;
Anton Siluanov, ministro das Finanças da Rússia.
Sputnik/Vyacheslav Prokofyev/Pool via REUTERS
Alexander Darchiev: embaixador russo nos EUA, que mora na capital americana, Washington D.C.;
Alexander Darchiev, embaixador russo nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025.
Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Kirill Dmitriev: encarregado de negócios de Putin e CEO Fundo Russo de Investimento Direto russo.
Kirill Dmitriev, CEO Fundo Russo de Investimento Direto russo e encarregado de negócios de Putin.
Alexander Nemenov/Pool via REUTERS
Encontro entre Trump e Putin será 'partida de xadrez'
Trump e Putin se encontram nesta sexta (15).
"Será como uma partida de xadrez".
A frase, dita pelo presidente EUA, Donald Trump, na quinta-feira (14), resume o clima com o qual Estados Unidos e Rússia chegam para a primeira cúpula entre os dois países desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Donald Trump e Vladimir Putin, os dois grandes atores do tabuleiro atual da geopolítica mundial, voltarão a ficar cara a cara nesta sexta-feira (15) em um encontro com potencial de "selar a paz mundial", como disse esperar Putin. Mas que, com apenas um movimento errado, pode também minar as chances de um fim próximo de uma das guerras mais longas dos últimos anos.
A reunião, que ocorrerá a partir das 16h pelo horário de Brasília em uma base militar do Alasca que já foi usada para espionagem à ex-União Soviética — em território norte-americano, portanto — não terá a presença do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a exclusão de Zelensky ocorreu porque partiu de Putin a ideia do encontro com Trump.
Será também o primeiro encontro a sós entre os dois líderes desde 2018. Na ocasião, quando a cúpula bilateral tratou de acusações de interferência russa nas eleições dos EUA, Putin conseguiu convencer Trump, que ainda saiu do encontro defendendo a versão do Kremlin e contradizendo a própria CIA, que dizia ter provas de que Moscou interferiu no pleito norte-americano.
A avaliação da imprensa norte-americana é que, desta vez, um Trump mais autoritário e experiente pode bater de frente com o homólogo russo.
Mas, como disse o próprio Trump, "nada está garantido". Embora tenham trocado críticas e ameaças nos últimos meses, tanto Trump como Putin sinalizaram, na véspera da reunião, estar esperançosos que será um bom encontro.
O líder russo elogiou os "esforços sinceros" de Washington para solucionar a guerra na Ucrânia e disse achar que o cara a cara com Trump pode selar a "paz mundial". Mas ponderou que isso só ocorrerá caso haja um acordo para restringir o uso de armas estratégicas, incluindo as nucleares, já sugerindo uma tentativa de barganhar algo em troca de um cessar-fogo na Ucrânia.
Trump também enviou mensagens dúbias nos últimos dias: se mostrou esperançoso e disse que "acho que ele (Putin) fará um acordo", mas admitiu que "nada está garantido. Será como uma partida de xadrez". E, mesmo munido de autoconfiança como negociador, o líder norte-americano e seu governo foram baixando as expectativas ao longo dos últimos dias.
Ele afirmou ter calculado em 25% as chances de o encontro "terminar mal" e já fala na necessidade de uma segunda reunião com o mandatário russo antes mesmo da a primeira acontecer. Seu secretário de Estado, Marco Rubio, também afirmou que, embora esperançoso, "em última instância, caberá à Ucrânia e à Rússia concordar pela paz".
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Territórios
Presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se cumprimentam no início de encontro em Helsinque, na Finlândia, em 2018
Kevin Lamarque/ Reuters
Uma certeza que ambos os lados apontam é que o debate pelas regiões ucranianas atualmente ocupados por tropas russas será o ponto central das negociações. Segundo o Instituto para o Estado da Guerra (ISW, na sigla em inglês), Moscou controla militarmente cerca de 20% de todo o território ucraniano.
E nenhum dos lados sinalizou querer abrir mão dessas regiões.
No início ano, quando Trump ensaia uma aproximação com Putin, os EUA já chegaram a mencionar que a única solução para o fim da guerra que já dura três anos e meio, a Ucrânia teria de abdicar desse território.
Depois, voltou atrás e disse que negociaria essas áreas com o Kremlin. Nesta semana, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a dizer que não quer nem pode ceder as áreas ocupadas.
Ao longo da semana, Zelensky, já ciente de que estava excluído do encontro, se reuniu com uma série de líderes europeus, com quem também telefonou para Trump. Do líder norte-americano, conseguiram a garantia de que nenhum acordo para um cessar-fogo seria fechado sem o conhecimento e autorização de Kiev.
E Trump disse que um segundo encontro no Alasca pode ter a presença do ucraniano.
Só os dois e os intérpretes
Ainda assim, quando a cúpula desta sexta começar, serão apenas Putin e Trump na sala, acompanhados de ninguém mais que seus intérpretes. Os dois ficarão a sós por cerca de uma hora, e só depois disso suas comitivas, formadas por ministros e secretários de peso, se sentarão também na mesa de negociações.
Animação mostra local que sediará encontro entre Trump e Putin no Alasca
Depois disso, os dois líderes darão uma entrevista coletiva à imprensa para revelar os detalhes do encontro. E mostrar quem parece ter vencido a batalha desta vez.
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